Barra Funda ganha praça perto do Memorial


Praça Léa Gandelman homenageia funcionária pública que trabalhou até os 70 anos. Parentes plantam muda de ipê
Foi inaugurada neste sábado, 8/12, a Praça Léa Gandelman, nome pelo qual, por iniciativa do vereador paulistano Toninho Paiva, passa a ser denominada a área localizada entre a Avenida Auro Soares de Moura Andrade e pela Rua Fuad Naufel, na Barra Funda.
Com a presença de familiares de Léa Gandelman, que atuou por longos anos no funcionalismo público municipal, foi feito o descerramento da placa inaugural e a entrega de quadros emoldurados com a lei determinando a denominação da praça aos filhos da homenageada, Breno Galdelman e Eliane Koin Krounse Dentes.
Também recebeu o documento Natalia Leite, que atua na área de Serviços Prediais da Porto Seguro, empresa responsável pela conservação daquele espaço público. Ao final da cerimônia, familiares de Léa Gandelman efetuaram o plantio de duas mudas de ipê na praça, que fica bem próximo à Universidade Uninove e ao Memorial da América Latina, um dos ícones do bairro da Barra Funda.
Natural de São Paulo, Léa, que faleceu em 2009, era filha dos imigrantes poloneses Jacob Koin e Eda Koin, que se estabeleceram na capital paulista em meados da década de 1930. Após o casamento, seus pais fixaram residência na rua Turiaçu, em Perdizes, onde mantiveram comércio de roupas, tendo posteriormente transferido a loja para a Rua Santa Efigênia.
Breno e Eliane, filhos da homenageada exibem placas com a lei
"DEVORADORA DE BIBLIOTECAS" Léa estudou no Colégio Batista Brasileiro e cursou no Mackenzie o "científico", como era chamado até 1967 um dos três cursos que compunham o Ensino Médio.  Estudiosa e apaixonada por leitura, gabava-se de ter "devorado" as bibliotecas das duas instituições.
Bem-humorada, divertia-se por não lembrar mais nada das aulas de piano e de Francês, mesmo após ter praticado bastante o instrumento e estudado o idioma na juventude.
Depois de morar nos bairros do Bom Retiro, Pacaembu, Pinheiros, Higienópolis e Itaim Bibi, voltou, em 2006, a se fixar no Distrito de Perdizes, aproximando-se das suas origens.
Casou-se duas vezes e enviuvou a primeira vez aos 25 anos e a segunda aos 45 anos. Teve os filhos Eliane e Breno, do primeiro e segundo casamento, respectivamente.
Mesmo diante das perdas afetivas nunca deixou de trabalhar e, aos 55 anos, depois de estudar praticamente sozinha, passou em dois concursos públicos da Prefeitura paulistana, em cargos de nível médio, vencendo a concorrência com muita gente jovem.
Atingiu o cargo de chefe de seção, tendo trabalhado também na Câmara Municipal. Aposentou-se aos setenta anos, pela compulsória, em razão de exigência constitucional, não porque assim o quisesse. Faleceu em 8 de julho de 2009.
Familiares de Léa Gandelman posam para foto após a solenidade de inauguração
TRABALHO E TENACIDADE O vereador Toninho Paiva, autor do projeto de lei que viabilizou a homenagem, não pode comparecer ao evento, mas foi muito lembrado pelo filho de Léa, Breno, que é secretário-geral parlamentar na Câmara Municipal.
“Tenho que agradecer e muito ao vereador Toninho Paiva por essa iniciativa. Houve algumas intempéries, mas ele as enfrentou e garantiu essa homenagem à minha mãe”, destacou Breno, lembrando que perseverança foi uma das principais qualidades de Léa.
“Minha mãe, na sua juventude, morou perto do Parque da Água Branca, portanto, bem próximo daqui. Sempre foi um exemplo de amor, de trabalho, de tenacidade e de perseverança. Enviuvou uma vez, mas lutou sozinha pra manter minha irmã. Depois casou de novo, continuou lutando, e quando o meu pai faleceu, ela não esmoreceu, continuou trabalhando. Trabalhou praticamente até o fim da vida e só deixou de trabalhar pela compulsória, como foi dito aqui. Ela deve estar muito feliz com essa homenagem”, concluiu


Comentários

  1. Gratificante o empenho do vereador Toninho Paiva que desenvolveu o projeto de lei, sem medir esforços batalhou do início ao fim pra se tornar lei municipal o logradouro público com o nome da saudosa Léa Gandelman. Houve posicionamento contrário no palácio Anchieta por mero egoísmo, porém o bem sempre vence o mal.
    Obrigado Toninho Paiva, obrigado Porto Seguro pela zeladoria!

    Eduardo Cavicchiolli De Oliveira Pinto

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