Galpão sob viaduto é ocupado. Vizinhança cobra providências

Ocupação ocorreu em espaço da prefeitura debaixo do Viaduto Engenheiro Orlando Murgel
Há cerca de 20 dias parte do galpão onde funcionava a empresa Monte Azul, que prestava serviços à prefeitura em função da Usina de Asfalto da Barra Funda, recentemente fechada, foi ocupada por mais de 50 pessoas sem-teto, metade das quais crianças, algumas vindas da favela do Moinho, outras de ocupações próximas ou das ruas.
A parte ocupada tem entrada por um portão da Avenida Rudge 200 e fica sob o Viaduto Engenheiro Orlando Murgel, situado entre os bairros de Barra Funda e Bom Retiro, ligando a Avenida Rudge à Avenida Rio Branco, sobre os trilhos da CPTM, no corredor norte-sul da cidade.
Em abaixo-assinado feito por meio do site Avaaz.org, moradores do entorno reivindicam a intervenção da prefeitura, afirmando que foram abertos chamados em órgãos competentes, mas que não tiveram retorno até o momento. Alegando que o local é impróprio para moradia, o texto do abaixo-assinado manifesta ainda preocupação quanto à segurança no local.
Portão do local ocupado fica no número 200 da Avenida Rudge
Barra News esteve no local e ouviu algumas pessoas que estão no galpão, que fica mais cheio à noite, quando os ocupantes retornam de suas atividades, basicamente como catadores de papel e latinhas, vendedores de balas e água nos faróis, entre outros trabalhos informais.
Os moradores que conversaram com a reportagem foram unânimes em dizer que não querem confusão com ninguém e muito menos ocupar o local de forma permanente, mas sim, chamar a atenção para a questão da falta de moradia, dizendo ser melhor ficar ali do que na rua. Afirmam também que não há liderança entre eles, sendo tudo resolvido coletivamente.
Daiana Rodrigues da Silva, 36 anos, grávida de gêmeos, que veio de uma ocupação próxima, disse que quando as primeiras pessoas chegaram foram orientadas por funcionários da Monte Azul a ocupar o lado do galpão que não era utilizado pelos caminhões.
Segundo Daiana, eles acionaram uma assistente social que veio ao local, anotou os nomes e deu papéis com os números correspondentes aos “lotes” de cada um, pedindo que eles ficassem no aguardo de um encaminhamento.

Colchões, fogões, botijões e roupas já estão sendo distribuídos no galpão pelos invasores
“Tem praticamente 21 dias que estamos aqui”, informa Diana, lembrando que  dasmais de 50 pessoas ali reunidas, cerca de 30 são crianças e 25 são adultos, que não tem trabalho fixo, fazendo bicos como vendedores de bala e água nos faróis, vendendo doces e salgados, além de catar papelão, latinhas e plásticos.
“Cada um tem uma tarefa aqui. Os homens cuidam da organização dos barracos, a gente que é mulher cuida da higiene. Soubemos que isso aqui estava vazio, que o pessoal que trabalhava aqui saiu, aí reunimos todo mundo e perguntamos quem queria vir. Não viemos com o intuito de ficar aqui. Viemos no intuito de a prefeitura olhar para nós e saber que tem gente que mora na rua e que precisa de um espaço”, disse Daiana.
Josefa Flor da Silva, de 68 anos, catadora de papel, ou “carroceira”, como ela se define, veio da favela do Moinho, com três netos. Disse que se reveza entre a favela e o galpão, pois lá estão outros netos. Alegou que veio para o galpão informada por conhecidos de que o lugar ficara vazio. Não quis comentar as razões por que está deixando a favela.
Até a conclusão desse post, não tínhamos nenhuma posição da Subprefeitura Sé sobre o assunto.

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Comentários

  1. Alem de ser.irrefular o acesso, não ha que ser permitido, até pq o local foi fechado e pode ocorrer a qualquer momento uma cala.idade, tal como diversos incêndios que vemos por aí. Além de que em baixo do viaduto está instalada diversas famílias que jogam lixo na rua e trazem com isso baratas e ratos. A prefeitura não faz absolutamente NADA!

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  2. Prefeitura deveria lacrar o local pra ninguém invadir

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  3. Prefeitura deve lacrar o local pra ninguém invadir

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