Usuários protestam contra privatização do Parque da Água Branca

Manifestantes abraçaram simbolicamente o parque, formando um círculo em torno da arena central


Moradores do entorno e usuários vindos das mais variadas regiões da cidade se reuniram na tarde deste sábado (16/10/21) no Parque da Água Branca, para protestar contra a privatização e a “concessão predatória” daquele espaço, que põem em risco, segundo os organizadores da manifestação, a preservação de suas características rurais e socioculturais, incluindo várias espécies de animais.

O Parque Estadual da Água Branca, oficialmente Parque Fernando Costa, é o único na cidade que abriga animais de várias espécies, que vivem soltos, além de reunir, em seus cerca de 140 mil m², exemplares valiosos de fauna e flora.

O “abraço” ao Parque da Água Branca teve início por volta das 14h e reuniu em torno da arena de areia que fica em seu centro grande número de manifestantes, muitos deles portando faixas e cartazes contra a privatização. Entre outras palavras de ordem, os manifestantes repetiam: “o parque é nosso” e “não à privatização”.

Participantes da manifestação registram suas experiências com o parque para um mural virtual

Na arquibancada que fica em frente à arena, lideranças do movimento, entre elas Jupira Cauhy, que integra o Grupo de Gestão da Operação Urbana Água Branca, explicaram as razões da manifestação e distribuíram papel e caneta para quem quisesse fazer um breve registro acerca de sua experiência com o parque. Esse material fará parte de um imenso painel a ser divulgado via internet.

Os manifestantes reclamaram, entre outras coisas, da falta de debates e de consulta à população para a decisão do poder público de conceder à iniciativa privada os parques da Água Branca, Villa-Lobos e Cândido Portinari, por um período de 30 anos, em concorrência internacional.

A futura concessão prevê a construção de restaurante e complexo gastronômico nos parques, mas no caso do Parque da Água Branca, há preocupação com o que usuários e moradores da região chamam de sucateamento daquele espaço público.

Débora Sanches: pela preservação das características rurais do parque e consulta popular


Recentemente deu muito pano pra manga o manejo de animais e a expulsão de galos da família garnisé do seu habitat no parque, conforme edital de doação de 600 aves publicado recentemente em edital.

Preocupados com a manutenção das características tradicionais do local, conselheiros, entidades e usuários do Parque da Água Branca estão se movimentando em defesa da preservação de suas nascentes, flora, fauna, bem espécies e animais que ali estão abrigados.

Empunhando um cartaz defendendo a preservação da fauna e da flora, bem como da ampliação do prazo de consulta sobre a concessão, a arquiteta e urbanista Debora Sanches, vice-coordenadora do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, falou ao Barra News:

“Esse movimento é pela preservação das características rurais desse parque, que é tombado pelo patrimônio histórico – Condephaat e Conpresp. Estamos pedindo a aplicação do prazo da consulta pública para haja uma participação popular. Para que todos que todos que utilizam esse parque sejam consultados sobre a concessão.”

Jupira Cauhy lê relatos de manifestantes sobre o Parque da Água Branca


Com um megafone, Jupira Cauhy, orientou a manifestação, e lembrou que quando se fala nos efeitos da privatização do Parque da Água Branca, não se pode esquecer do Museu de Geologia, o “Mugeo”, “que também é uma instituição importantíssima, aqui dentro do parque, e que vai sair. Já saiu o Instituto de Pesca. E tem o Aquário que também vai entrar que também vai entrar nessa dinâmica toda”.

Idealizado pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), entidade representativa da agropecuária do país, o Parque da Água Branca foi inaugurado em 2 de junho de 1929. Em 1996 pelo Condephaat como patrimônio cultural, histórico, arquitetônico, turístico, tecnológico e paisagístico do Estado de São Paulo, e, em 2004, pelo Conpresp, por seu valor histórico, arquitetônico e paisagístico-ambiental. 











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